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Não tenho mais que esse poema
Não tenho mais que esse poema
Essa rosa pálida Cujos espinhos vendi Esse peixe podre Pintado de verniz barato Essa vela despenteada Contra os dissabores do tempo Só um poema Menos leve que meus dedos Mais rijo que meus ossos Não pobre, mas duro Um puro e rude elemento Esse tronco deixado ao relento Essa veste rasgada na rua Pura ponte do talvez Ave carregada pela maré Ai poema que se eu soubesse Que nunca mais deixava de arder Jamais te abriria para ver Quantas tempestades me trazias
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 06/06/2025
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